Nos Estados Unidos, "shad" é o nome comum dado a várias espécies de peixes da família Clupeidae, como o american shad (alosa sapidissima). Eles são importantes peixes forrageiros (servem de alimento para espécies predadoras), de corpo fusiforme e coloração prateada.

Por isso, várias softs e hardbaits de nado suave, que imitam peixes forrageiros prateados, ganharam o nome "shad" nos catálogos americanos, mas como referência ao peixe que imitam e não a um modelo de isca.

Quando as iscas softs chegaram ao Brasil, o termo "shad" foi importado sem a contextualização biológica e o mercado brasileiro, num erro de interpretação, passou a usar o termo "shad" para definir qualquer isca soft que tivesse cauda paddle tail (rabo em formato de pá de remo), ignorando o fato de que "shad" é um termo que se refere a um peixe e não a um tipo de isca.

Esse equívoco criou um "ruído técnico" no vocabulário da pesca esportiva brasileira, o que no Brasil é chamado de "shad", nos Estados Unidos da América (de onde basicamente foi importada a cultura da pesca com iscas artificiais) é corretamente classificado como "soft swimbait" ou "paddle tail soft swimbait", isca macia com rabo de pá. 

Em suma, o termo "shad" deve fazer referência a uma isca que imite um determinado tipo de peixe e não ao nado da isca.

Um exemplo correto para aplicação do termo "shad" é a isca da Attomcs Lures, modelo Rhombus, que alguns chamam de "peixinho", enquanto (num segundo exemplo), seria errado classificar as iscas também da Attomcs modelos Plus e Forager como shads, já que no conceito correto ela são swinbaits.

TAMBÉM MONTEI O CHAMADO "COMPRESSOR COM MOTOR DE GELADEIRA"

Com a intenção de realizar pinturas mais caprichadas, nos plugs que voltei a tentar produzir, adquiri um aerógrafo e, pela necessidade de alimentá-lo com um compressor, tive que buscar por um que ofertasse a melhor relação ruído x produção (devido ao local onde farei uso dele), conjugada com a famosa relação custo x benefício e optei por montar um com motor compressor de refrigeração.

No You Tube há vários bons vídeos mostrando como fazer e eu resolvi seguir o que lá encontrei. Quase deu certo e nessa tentativa aprendi dois passos interessantes que lá não encontrei.

Vou listar aqui o material que usei, como procedi e e os resultados.

Material necessário:

01 = Um motor compressor para refrigeração (o meu é de 1/3 cv, o que corresponde a 245,17 W);

02 = Uma botija para gás R410A (essa botija tem a cor rosa), cuja rosca, por onde o ar comprimido nela sairá, é NPT;

03 = Um filtro de combustível de moto ou de carro de passeio;

04 = Uma válvula de retenção para ar com rosca de 1/4 em alumínio. Atentar para comprar a válvula com as duas roscas fêmeas do mesmo tipo das roscas machos dos espigões que serão acoplados a essa válvula. As roscas poderão ser do tipo NPT ou do BSP, desde que do mesmo tipo das roscas dos espigões;

05 = Dois espigões machos com rosca 1/4 x mangueira de 1/4; Atentar para comprar cada espigão com rosca macho do mesmo tipo das roscas fêmeas da válvula de retenção à qual ele será acoplado. As roscas poderão ser do tipo NPT ou do BSP, desde que do mesmo tipo das roscas das válvulas;

06 = Um espigão emenda redução de mangueira 3/8 X 1/4;

07 = Dois lances de mangueira de alta pressão de 1/4;

08 = Um lance com aproximadamente 20 cm de mangueira de alta pressão de 3/8;

09 = Oito abraçadeiras para mangueira de 1/4;

10 = Três abraçadeiras para mangueira de 3/8;

11 = 04 niples com rosca macho de 1/4, do tipo NPT, em cada extremidade;

12 = Uma cruzeta com roscas fêmeas, do tipo NPT, de 1/4, 

13 = Um manômetro vertical (de 150 Psi) com rosca macho, do tipo NPT, de 1/4;

14 = 01 válvula de segurança 135 Psi com rosca, do tipo NPT, macho 1/4;

15 = 01 filtro de ar com regulador de pressão com três vias, com roscas fêmeas do tipo NPT, de 1/4 e uma para encaixe do manômetro que o acompanha;

16 = Um registro válvula de esfera mini macho e fêmea rosca 1/4, do tipo NPT;

17 = Uma conexão reta 1/4 X 6mm TPC8 G02, com rosca do tipo NPT.

Montagem:

01 - Conectar as duas pernas do cabo de alimentação elétrica no motor;

01.1 - Ligar o motor, apenas para conhecer o que é a entrada de ar (tubo do motor que puxa ar) e o que é a saída de ar (tubo que sopra ar);

01.2 - Na entrada de ar, colocar o filtro de combustível de moto ou de carro de passeio.

02 - Com a botija vazia, retirar a parte plástica da válvula de três vias (peça verde na foto a seguir), de três vias que está rosqueada na botija, serrando ou desamassando a dobra da via que a está envolvendo;

02.1 - É muito importante que a válvula não seja serrada um posição mais abaixo da mostrada na foto a seguir (no máximo 0,5 cm abaixo da peça verde) para não danificar a rosca fêmea que há naquela via;

03 - Introduzir um objeto rígido (poderá ser uma chave Philips ou fenda) pela via da válvula, pela qual saiu a parte plástica verde, para verificar se ficou algum tipo de obstrução;

03.1 - Caso a chave não possa ser introduzida até o final, será sinal de obstrução e uma broca deverá ser introduzida para que (acionada pela furadeira) gire e desloque o obstáculo (que será uma peça em plástico) para dentro da botija;

03.2 - Há também como retirar a válvula da botija desenroscando-a, mas não foi dessa forma que fiz.

04 - Passar fita teflon na extremidade da saída de ar do motor, até que o tubo da saída fique com espessura próxima ou igual ao diâmetro interno da mangueira de 1/4.

04.1 - Vestir o bico de saída de ar do motor com uma das extremidades da mangueira de 1/4 e fixar essa extremidade da mangueira com 2 abraçadeiras de 1/4;

04.2 - Fazer uso de uma parafusadeira para apertar o máximo possível cada uma das duas abraçadeiras para evitar fuga de ar por aquela junção;

05 - Passar fita teflon na rosca de um dos espigões machos com rosca e rosquear na entrada da válvula de retenção para ar. A entrada  da válvula estará definida pela seta marcada nela indicando o sentido no qual o ar passará e que deverá ficar voltada para a botija e não para motor;

05.1 - Passar fita teflon na parte do espigão a ser introduzida na extremidade do primeiro lance de mangueira de 1/4, introduzir essa parte na mangueira e fixar a mangueira no espigão com 2 abraçadeiras de 1/4;

05.2 - Passar fita teflon na rosca do outro espigão macho com rosca e rosquear na saída da válvula de retenção para ar; 

05.3 - Passar fita teflon na parte do espigão a ser introduzida em uma das extremidades do segundo lance de mangueira de 1/4, introduzir essa parte na mangueira e fixar a mangueira com 2 abraçadeiras de 1/4;

06 - Passar fita teflon nas duas extremidades da emenda redução de mangueira 3/8 X 1/4, introduzir lado de 1/4 na extremidade livre do segundo lance da mangueira de 1/4 e o lado de 3/8 em uma das extremidade do lance único de mangueira de 3/8, em seguida fixar a mangueira com 2 abraçadeiras de 3/8;

7 - Passar fita teflon na rosca macho da via que há na lateral da parte da válvula que restou na botija de gás, até que aquela saída fique com espessura próxima ou igual ao diâmetro interno da mangueira de 3/8;

7.1 - Vestir a via que há na lateral da parte da válvula que restou na botija de gás e que recebeu fita teflon com a outra extremidade da mangueira de 3/8 e fixar a mangueira com 1 abraçadeira de 3/8;

08 - Passar fita teflon nas duas roscas de um niple de 1/4 e rosquear o niple na via frontal da válvula que restou na botija de gás;

8.1 - Com a botija na posição horizontal, rosquear o outro lado do niple em uma das vias da cruzeta;

9 - Passar fita teflon nas duas roscas de um niple de 14 e rosquear o niple na via da cruzeta que estará voltada para cima;

9.1 - No outro lado do niple, rosquear o manômetro de 300 Psi ;

10 - Passar fita teflon nas duas das roscas de um niple de 14 e rosquear o niple na via da cruzeta que estará voltada para o sentido oposto ao da botija;

10.1 - No outro lado do niple, rosquerar a válvula de esfera com a rosca fêmea;

10.2 - Passar fita teflon na rosca macho da válvula de esfera rosquear nela a rosca fêmea do filtro de ar com regulador que estiver marcada como entrada de ar, com a indicação de uma ponta de seta;

10.3 - Passar fita teflon na rosca macho do pequeno manômetro que acompanha o filtro de ar e rosquear esse manômetro no filtro de ar, na única via do filtro que a rosca desse manômetro dará aperto;

10.4 - Passar teflon na rosca macho da conexão reta 1/4 X 6mm TPC8 G02 e rosquear na última rosca livre do filtro de ar com regulador de pressão, que deverá ser a de saída de ar. Nessa saída poderá ser rosqueada outra conexão que seja própria para a mangueira que levará ar até o aerógrafo. Citei a conexão reta 1/4 X 6mm apenas porque farei uso de mangueira PU 6mm;

10 - Passar fita teflon nas duas roscas de um niple de 14 e rosquear o niple na última via livre da cruzeta e que estará voltada para baixo; 

10.1 - No outro lado do niple, rosquear a válvula de segurança de 135 PSI;

Após os passos acima, o "compressor" - na verdade o conjunto composto pelo motor compressor e a botija - estará pronto para ser colocado em uso.

A válvula de alívio atuará sempre que o vaso de pressão atingir as 135 libras, mas essa botija de gás R410A tem capacidade para suportar bem mais que isso.

Para o conjunto ficar com uma configuração ainda mais funcional e segura, ficará faltando apenas a instalação de pressostato de 80 a 120 libras, que fará com que motor seja ligado automaticamente, sempre a pressão na botija de gás ficar abaixo das 80 libras, o desligando sempre que a pressão chegar em 120 libras.

Com exceção das duas que fixam a mangueira de 1/4 ao motor e da que fixa a mangueira de 3/8 à botija, troquei as abraçadeiras por capas e obtive um resultado bem melhor, já que as perdas de ar acabaram. 

O conjunto que montei, após a substituição das abraçadeiras por capas, passou a colocar 100 Psi no vaso de pressão (botija) em 4m30seg.

Nos idos de 1986, eu conheci as iscas artificiais (raríssimas no Brasil naquela época) e pouco tempo depois eu estava perdidamente apaixonado por elas, ao ponto de não mais fazer uso das iscas naturais. Desde 1990, utilizo apenas esses simuladores de presas que tanto seduzem os peixes predadores.

Logo após experimentar a primeira isca artificial, passei a querer confeccionar meus próprios modelos e cheguei a construir vários plugs. Quase todos ficaram eficazes e me proporcionaram muitas capturas de várias espécies, mas todos eram muito feios, pintados com pincel e acabados com verniz naval. Alguns poucos eu tenho guardados comigo até hoje, conforme mostram as imagens a seguir.

Se em 1986 raros eram os plugs vendidos no Brasil e raríssimos eram os fabricados artesanalmente aqui, hoje, além das fábricas nacionais estruturadas e das diversas importações, há em nosso país vários pescadores produzindo seus próprios plugs, com resultados admiráveis, como é o caso do caprichoso Juliano, do canal Nilo Handmade Lures entre outros bons lure makers / youtubers brasileiros.

• Para plugs que tenham até 4,4 cm de altura (da barriga ao dorso), o ideal será fazer uso de uma proveta com capacidade 500 ml, com preço em torno de R$25,00

• Para plugs que tenham de 4,5cm a 6 cm de altura, o ideal será fazer uso de uma proveta com capacidade 1.000 ml, com preço em torno de R$48,00

O uso do método para definição da densidade do plug.

1- Depois do shape de plug estar esculpido ou moldado, equipar a isca com a barbela (se a barbela estiver prevista no projeto), com os split rigs e com as garateias (ou anzóis simples) e medir a massa, pesando na balança de precisão, para obter o valor do "m" da fórmula d = m/v

2 - Em seguida (tomando como base a proveta de 500ml), colocar água na proveta até a marca de 425 ml, por exemplo, conforme imagem abaixo. 

2.1 - Elevar a proveta até a altura dos olhos para se certificar de que o líquido estará de fato nivelado na marca dos 425 ml. Caso o nível esteja abaixo, completar até ficar ou retirar o excesso que esteja deixando o nível da água além da marca desejada.

2.2 - Fazer uso de um alicate de bico para pinçar a isca pelo olhal (ou pitão) da cabeça, se a isca for lipless (sem barbela), ou pela extremidade da barbela, e introduzir o plug pinçado na proveta, até que toda a isca fique submersa, conforme imagem de exemplo abaixo.

2.2 – Deixar molhar o menos possível do bico do alicate.

2.3 - Quando o plug for introduzido na proveta, ele ocupará um determinado espaço e fará com que a água suba e seja nivelada com uma marca superior a dos 425 ml.

2.4 - Cada espaço entre uma linha e outra da proveta de 500ml corresponderá a 5 ml.

2.5 - O somatório dos novos espaços, que serão ocupados pela elevação do nível da água, indicará a quantidade de ml (milímetros) que corresponde ao volume do plug. Com isso será obtido o valor do "m" da fórmula d = m/v

2.6 - Como cada ml corresponde a 1 cm3, a quantidade de ml que forem ocupados pela elevação do nível da água poderá ser convertida diretamente para cm3.

Num exemplo prático, conforme mostram as imagens a seguir, um plug que pesou 13,9 gramas foi introduzido numa proveta de 500ml e elevou o nível da água em 15 ml. Isso indica que o volume ocupado por esse plug é de 15 cm3. Assim sendo, fazendo uso da fórmula d=m/v, teremos d=13,9 gramas/15 cm³, logo a densidade do plug é de 0,92 gramas por centímetros cúbicos.

Medindo a massa do plug = 13,9 gramas

Medindo o volume do plug = 15 ml (15 cm³)

Como a densidade da água é 1 gr/cm3, tal plug, com densidade menor do que a da água (0,92 gr/cm³) flutuará, será floating.

No exemplo acima, foi medido até o volume da pequena parte do bico do alicate que ficou submersa ao pinçar a isca para ser descontado da densidade do plug.

Verificando o quanto o alicate influiu no volume definido para o plug

Se houver a intenção de fazer com que esse plug se torne sinking (passe a afundar), bastará acrescentar mais lastro, até que ele passe a ter massa superior a 15 gramas. 

Se a intenção for tonar esse plug suspending, bastará acrescentar lastro até que ele passe a pesar 15 gramas para que a densidade dele se torne igual a da água.

A pintura e aplicação dos olhos e da resina, no acabamento poderão aumentar o peso do plug e, consequentemente, alterar a densidade. Tal aumento poderá ser compensado com intervenções posteriores na isca.