Durante um bom tempo os caiaqueiros brasileiros contaram apenas com modelos nacionais de caiaques rotomoldados bem simples, para a pesca. Alguns nem porta-varas continham, mas, como a carência era grande, de certa forma, a demanda era atendida... Pela internet era possÃvel conhecer e desejar os modelos estrangeiros que continham muito mais funcionalidades, mas tudo não passava de um sonho distante.
Os caiaques com propulsão a pedal rapidamente se tornaram sonho de consumo de muitos, por necessitarem somente do uso das pernas que contam com um grupo muscular bem mais forte e por liberarem as mãos do caiaqueiro tão necessárias para outra série de tarefas.
Atualmente o caiaqueiro brasileiro pode adquirir, em seu próprio paÃs, vários modelos de caiaque a pedal. Os que são importados pela Hobie Brasil, o AS Cruiser 320, importado pela Atlântico Sul, o Leader Power Drive, fabricado pela Milha Naútica, o Marlin, fabricado pela Caiaker, e ainda há a oferta de um sistema de pedal, muito interessante, fabricado pela Barile Acessórios Náuticos, adaptável a vários modelos de caiaque.
Jamais houve tantas ofertas. Se nos voltarmos apenas para as marcas, temos agora cinco opções de pedal. E como dois fabricantes tradicionais de caiaque a remo no Brasil possuem (cada um) em seus guardados um Outback da Hobie Cat (que é considerado a excelência mundial no fishing kayak pedal), arrisco dizer que em breve, pelo menos, mais três modelos nacionais de caiaque com propulsão a pedal seja anunciados, pois a tendência é que os demais fabricantes nacionais, de caiaques rotomoldados a remo não desejem ficar "para trás" e lancem também seus modelos com pedal.
As opções, até o presente momento, começam com o preço de R$1.800,00, do interessante sistema de pedal da Barile, passam pelos R$4.100,00 do Marlim da Caiaker, pelos R$4.598,00 do Leader da Milha Náutica, pelos R$5.100,00 do Cruise da Atlântico Sul e chegam aos aproximadamente R$8.000,00 do modelo de entrada da Hobie Cat. A variedade de preços indica diversidade de funcionalidades.
Mirage Outback - o mais consagrado modelo a pedal da Hobie
A Hobie Cat registrou o sistema a pedal que batizou como Mirage Drive e segue aprimorando cada vez mais o seu pedal. A Native tem o seu, chamado de Propel, não sei se patenteado ou não. De qualquer forma, todo sistema a pedal que movimente barbatanas, com o mecanismo de acionamento igual ao da Hobie, o estará copiando e copiar - pura e simplesmente - não será algo que contribua com o desenvolvimento de projeto algum, mesmo quando a patente vier a vencer. Poderá até ser legal, mas não será honroso, se a cópia não contiver melhorias e apenas se aproveitar financeiramente do original. Isso vale para qualquer produto que simplesmente copie, independente de qual seja o copiado.
Os caiaques da Hobie são baseados em projetos próprios, o Cruise da Atlântico Sul e o Leader da Milha Náutica são claramente inspirados no Slayer 10 da Native Watercarf e, sob a minha ótica, o primeiro é a versão chinesa do Slayer e o segundo é a versão brasileira e só não podem ser legalmente taxados de cópia por terem as necessárias 19 modificações que lei pede. No entanto, na minha concepção, ambos são cópias infiéis do Slayer e me parece que o chinês soube fazer melhor.
O Marlin da Caiaker não me pareceu totalmente inspirado em um único modelo, há muito de novo em seu casco e o pedal dispõe de caracterÃsticas bem originais.
O sistema da Barile permite adaptação em vários modelos de caiaque originalmente propulsados somente a remo e me parece ser bem original.
O momento, em termos de opções é - inegavelmente - muito bom, mas o financeiro, em nosso paÃs, é dos piores. Mais do que nunca, é preciso que todos os que comentem, divulguem, fabriquem e/ou comercializem caiaques tenham o máximo de responsabilidade ao indicarem um modelo. Lembremos que não existe caiaque para “todo terreno”, cada modelo é originário de um projeto e que cada projeto tem suas destinações e limitações. Tomemos o maior cuidado possÃvel, para não induzirmos um trabalhador a colocar o seu, a cada dia mais, suado dinheiro num caiaque que não seja exatamente o que ele necessite ou o mais próximo disso.
Não é preciso haver pressa, nem pelo lado de quem vende e muito menos de quem compra. Há caiaqueiros para todos os modelos e modelos para todos os caiaqueiros. A positividade da relação custo x benefÃcio deverá ser o norte do comprador.
Para quem está por adquirir um caiaque eu tenho indicado estes passos https://www.facebook.com/pescaesportivaoldschool/photos/a.1475263869382494.1073741828.1475148082727406/1577347649174115/?type=3&theater e para quem comercializa, só me resta dizer: fidelizem seus clientes! Vender uma vez para um cliente será fácil e simples, mas você só venderá pela segunda vez para o mesmo cliente se for honesto com ele, em todos os sentidos.
Tudo indica que em 2.016 o mercado de caiaques de pesca, no Brasil, vai pegar fogo (no bom sentido). E que assim seja!