Em virtude de alguns acidentes que ocorreram nos últimos dias, com queda de carga e caiaque de veículos que os transportavam sobre racks, na qualidade de profissional do ramo de movimentação de carga pesada, me sinto na obrigação de entrar no mérito da amarração de caiaques, para transporte, citando as duas formas mais usadas pelos caiaqueiros e acrescentando uma menos usada, mas bem mais efetiva.

Evidentemente, esse artigo se destina àqueles que irão amarrar um caiaque sobre um carro pela primeira vez, ou àqueles que após a leitura e visualização dos esboços identificarão alguma necessidade de melhoria em suas costumeiras amarrações.

Após certo tempo de algumas práticas, temos a tendência de minimizarmos a importância das medidas preventivas, mas é bom lembrarmos de que a perda total de um caiaque (por exemplo) é o menor dos males que a queda em uma estrada poderá propiciar.

Para nortear os leitores, vale divulgar que este blog foi criado e é escrito por Sergio Motta, tendo como missão, visão, valores e motivações:

Missão: testar produtos destinados à prática da pesca esportiva (com iscas artificiais e com caiaque), para emissão de opiniões isentas; repassar dicas sobre o chamado kayak fishing e sobre o uso de iscas artificiais na prática da pesca esportiva; divulgar o pesque e solte (enfatizando as formas corretas do pescar e soltar) e os cuidados básicos com a segurança do pescador.

No último dia 04, visitei a Atlântico Sul, em Joinville, Santa Catarina, para conhecer de perto os modelos AS300Pro, o AS350, o AS450, o AS Angler e AS Duo+1 e colocar o papo em dia com alguns amigos, como o Tárcio, o Vinícius, o Matheus, o Lucio Gouveia, o Jacson Atos, entre outros.

Cheguei na loja bem no momento em que o expediente se iniciava e já encontrei alguns clientes também ávidos pelo contato com os novos caiaques.

Foi fácil perceber o diferencial da loja. Além de trabalhar com modelos de caiaques inéditos no Brasil, a equipe Atlântico Sul é de uma simpatia e de uma hospitalidade que fazem com que todo comprador de um caiaque AS naturalmente se torne um amigo, da loja e dos demais proprietários de caiaque da marca, e assim está sendo gerada a família Atlântico Sul.

Os novos modelos, de fato, encantam, já que contam com várias funcionalidades, oriundas do bom aproveitamento da estrutura acima da linha d’água, como escotilhas que dão acesso aos porões, consoles centrais no deck, lemes controlados pelos pés, etc.



Entre os clientes que entraram na loja, logo no início do expediente encontravam-se o Enéias Amorim, que adquiriu um AS450, o Jessé Sthefani, que já era proprietário de um AS400, o Ronaldo Bispo, também proprietário de um AS400... Outros clientes foram chegando e, entre eles o Bia Di Walter, que adquiriu também um AS450, o Xande Kalnin, que adquiriu um AS350, o Brayan Bruce, que adquiriu um AS350 e o Vassil Vieira, que adquiriu um AS300Pro. Um pouco depois da abertura da loja, chegaram também o Lucio Gouveia e o Jacson Atos que, junto com a equipe Atlântico Sul, passaram a receber os clientes e a os auxiliar na análise dos novos modelos. Mesmo com esse considerável auxílio técnico, escolher apenas um, entre vários caiaques belos e cheios de funcionalidades, não foi tarefa fácil, para ninguém.
Apesar dos demais modelos serem muito bem acabados e despertarem bastante interesse dos presentes, e de quem passava em frente à loja, o AS Angler foi a estrela principal, encantando a todos com sua confortável cadeira, seu amplo deck e com a pré-disposição para recebimento de qualquer acessório da linha RailBlaza, de forma rápida e simples..
Por volta da 14 horas, uma unidade de cada um dos novos modelos foi levada para uma sessão de tests drive, onde foram remados um AS300Pro, um AS350, um AS450 e um AS Angler.

Remado pelo experiente Lucio Gouveia, pelo Xande Kalnin, pelo Geraldo Bispo e por alguns outros integrantes da equipe Atlântico Sul, e por alguns interessados, mas sem experiência alguma, cada modelo mostrou seus pontos fortes e o que eu cito a seguir são apenas opiniões minhas, que estão longe de serem verdades absolutas, mas foram baseadas no que assisti de muito perto, de forma muito atenta, já que a baixa temperatura ambiente me desencorajou e eu acabei não remando nenhum deles. Mesmo assim, tive confirmadas todas as minhas expectativas sobre cada novo AS.

AS300Pro: compacto e com uma proa bem aguda, mostrou velocidade, mobilidade e a estabilidade necessária a um caiaque que não se destina ao stand up fishing... O vejo como ideal para ser o primeiro caiaque ou o caiaque das pescarias em locais onde a leveza e a manobrabilidade sejam fundamentais.

AS350: é um AS400 um pouco mais leve e com menos comprimento, mas se mostrou ideal para quem busca um caiaque para uso em manguezais e costeiras e que não tenha físico avantajado. Um caiaqueiro com até 1,80m e até 100 kg obterá o melhor desse modelo. Uma opção que certamente fará sucesso igual ao irmão maior.

AS450: era a minha maior expectativa. Caiaque rápido, com bom rendimento e com funcionalidades que o credenciam a ser o caiaque de quem deseje cobrir distâncias maiores no mar, pois corta a água de forma imponente. É difícil olhar para um AS450 e não sentir vontade de remar, se não fosse o frio e minha saúde ainda em recuperação... Mas em breve testarei um.

AS Angler: a plataforma de pesca. Com uma estabilidade primária acima da média, esse modelo acaba rendendo mais na remada do que eu imaginava. Quem pesca de fly, ou mesmo de bait casting e tem seus momentos de stand up fishing, encontrará nele o caiaque ideal. A confortável cadeira foi mudada de posição com o caiaqueiro a bordo, e de pé, com o caiaque em pleno canal, e a estabilidade se manteve, sem o menor abalo aparente.

A sessão de testes drive teve maior relevância (para mim que observava atentamente), pelo fato de uma das pernadas das remadas acontecer contra o vento e contra a maré, e também pelos modelos terem sido remados tanto por remadores experientes, quanto por quem praticamente remava um caiaque pela primeira vez. Foi bem interessante ter a oportunidade de ver o mesmo modelo sendo remado de forma correta e também de forma a ser bem melhorada, pois ainda assim renderam bem.

Logo a Atlântico Sul e o Lucio Gouveia disponibilizarão vídeos com imagens bem esclarecedora dos testes.

Antes de voltar para o Rio, ainda tive tempo de conhecer pessoalmente o Gerson Haiduck e o Maurício Cezar, e também de presenciar a presteza e o carinho com que a Atlântico Sul atende seus clientes.

Foi muito bom ter conhecido, mais uma empresa séria no Brasil, capitaneada pelo Tárcio, um cara nota 10, com produtos tão interessantes e, através da loja, tanta gente do bem; isso renova as minhas esperanças e ratifica a minha conclusão de que o nosso país, antes de políticos e governantes sérios, precisa de um povo moralmente sadio. Aprendi nessa visita muito mais do que eu esperava.

Visitei, no último dia 03, a Hobie Brasil, filial brasileira da Hobie Cat, famosa pela fabricação dos Veleiros Hobie 16 e dos caiaques com um sistema de propulsão a pedal singulares na qualidade e no desempenho.

Em em Porto Belo, Santa Catarina, fui recebido pelo glorioso Mr. Alan Freeman e coloquei a conversa com ele em dia. Na oportunidade, ele nos informou que está prestes a inaugurar lá a primeira loja física da Hobie em nosso país, onde passará a dispor de caiaques para pronta entrega e de um espaço destinado a ser não apenas uma loja com show room, mas também um local onde os caiaqueiros poderão guardar seus e caiaques e contar com estrutura ao final de cada pescaria ou passeio de caiaque na região, como banheiro, vestiário e churrasqueira. Conhecemos as obras e a expectativa é grande!


 Para quem é um hobieiro, estar com o Alan é sempre garantia de boa conversa e de reconhecimento, pelos inevitáveis esforços que até hoje esse cidadão de origem estadunidense faz, para nos ofertar (aqui no Brasil) produtos Hobie, com preços que as vezes são exatamente os mesmos praticados no país de origem ou que, quando muito, chegam a ser apenas 10% maiores.


Conheci com mais detalhes o episódio que levou um caiaqueiro da Bahia a vislumbrar uma remota (e única) possibilidade dos caiaques Hobie serem importados e vendidos no Brasil e que deu muito certo. Obrigado Alan e Miltão!

Em nossa reunião, o Alan deixou rascunhados os torneios que a Hobie promoverá no Brasil (abertos também a proprietários de caiaques de outras marcas) e tive a honra de ser nomeado, para atuar, sob a direção da Hobie Brasil, na coordenação das etapas que ocorrerão na região sudeste. Vai ser bem interessante e levará o vencedor geral a representar o Brasil no campeonato mundial. Em breve a campanha de divulgação desses eventos terá início e a postarei aqui.

O caiaqueiro que curte uma competição sadia de pesca esportiva deve ficar atento!

Deixei Porto Belo com a promessa de retornar com mais calma, quem sabe na inauguração da loja? Vontade não faltará!