Matar ou liberar um peixe que tenha capturado - desde que no tamanho permitido - é uma escolha pessoal do pescador, o chamado livre-arbítrio... Tal escolha estará sempre baseada nos valores que cada pescador traz consigo... Para alguns pode parecer hipocrisia quando alguém cita que libera 100% do que captura... Já os tidos como “hipócritas” (os liberadores radicais) consideram “matança” qualquer quantidade abatida. Eu sou do tipo liberador radical, com algumas espécies e continuarei a ser visto como quem age com hipocrisia, por aqueles que não acreditem que eu realmente não mato, intencionalmente, robalo algum.

Quanto mais admiro um peixe menos vontade eu tenho de matá-lo. Matei - com a intenção de fazê-lo - meu último robalo há muito, muito, tempo... Sinto um prazer indescritível quando separo o meu dedo polegar direito de meu dedo indicador direito e vejo o glorioso centropomus (tenha ele o tamanho que tiver) se afastar de mim nadando. Levanto essa bandeira há vários anos e já consegui multiplicar em um número considerável de pescadores essa “mania” de só gostar de ver robalo vivo e, para mim, isso basta. Se para cada cem pescadores que me ouvem ou leem um único se tornar um liberador, ainda que (inicialmente) não radical, já terei obtido êxito. Nada me fará deixar de sentir prazer em liberar 100% de “meus” robalos e de desejar que o tempo traga maturidade aos pescadores esportivos, para que essa mania de gostar de robalo vivo deixe de ser vista como hipocrisia e se torne um segundo prazer nas pescarias...

A matança excessiva, realizada por aqueles que utilizam redes (por mais que me agrida e me revolte) não pode ser combatida por mim. Não tenho autoridade para isso, há órgãos oficialmente fiscalizadores e o que posso fazer (e faço sempre que possível) é denunciar.

É sabido que a quantidade que cada pescador esportivo leva para casa, por maior que seja, praticamente não significa nada perto do estrago que vem sendo realizado pela maldita pescaria de rede (em todas as suas versões), mas não matar é o máximo que nos cabe diretamente. Essa parcela de contribuição com a preservação dos peixes pode parecer pequena, mas não é!

E por falar em redes, segue um vídeo (para o qual fui alertado por uma publicação do Paulo Meirelles grupo Caiaque Brasil), dando um triste exemplo do quanto os estoques de peixes estão sendo dizimados e um link para fazermos quórum contra a prática dos super arrastões que medem o equivalente a treze Boeing 747 Jumbo, aproximadamente mil metros de comprimento... Tais aberrações contam com tecnologia avançada, com reforço de sonares e até de aviões e de helicópteros, para localização das chamadas ”bola de isca” que são alimento para todo um ecossistema de peixes de vida oceânica e assim iniciarem as verdadeiras matanças.

Na Austrália, a proibição aos super arrastões teve a duração de dois anos e termina (este mês), em novembro! Há uma frota internacional desses arrastões avançando a cada dia mais e chagando a praticamente todos os mares...

Há uma nova petição, para tentar convencer o primeiro-ministro australiano Tony Abbott a proteger permanentemente a vida marinha, proibindo definitivamente os super arrastões. Podemos ajudar a proteger o litoral australiano assinado a petição abaixo linkada. Essa guerra só pode ser vencida batalha por batalha e quando um movimento de igual teor for criado no Brasil, a medida (se aprovada em outros países) já estará fundamentada e com mais chance de ser bem recebida por nossas autoridades.

Clique e assine!  http://www.stopthetrawler.net/

Várias foram as possibilidades proporcionadas pelo 4º Encontro de caiaques, realizado em Boiçucanga, São Sebastião, litoral norte de São Paulo, nos dias 08 e 09 de novembro e entre elas vale destacar a confraternização e o contato dos caiaqueiros com os fabricantes nacionais.

Se confraternizar já é algo sempre positivo, naquele grupo formado por caiaqueiros, pescadores, comerciantes e industriais, com experiências que iam desde as mais próximas às mais distintas, certamente foram gerados os mais diversos intercâmbios e o surgimento (e o fortalecimento) de amizades...

O contato direto e objetivo de quem consome com quem fabrica, o acesso ao histórico dos caiaques já produzidos como, por exemplo, as razões para um determinado modelo não contar com uma configuração ou outra, a oportunidade de poder sugerir aos fabricantes, ou aos representantes desses, melhorias que (se fundamentadas e factíveis) certamente serão consideradas, e a consequente medição das expectativas dos consumidores... Foram momentos utilíssimos, não só para quem esteve presente ao evento, mas também para os que serão contemplados com tudo que advier daqueles dois dias...Todos os que foram ao encontro tiveram uma parcela de contribuição acima do que talvez tenham percebido e são dignos de agradecimento, pois toda atividade esportiva só se fundamenta e cresce quando há envolvimento.

Citar todos os nomes que merecem ser mencionados, com honras, neste texto seria uma tarefa que extrapolaria a capacidade da minha memória e eu correria um enorme risco de ser injusto.

Sendo assim, vou mencionar especificamente apenas o glorioso “Paulo Armageddon”, figura carismática que com muita assertividade conseguiu, pela quarta vez, criar evento que proporcionou aos que puderam comparecer a oportunidade de encontrarem a positividade que cada um fosse capaz de enxergar.

Devo ainda dizer que, como em todos os estados, no Rio de Janeiro há "caiaqueiros", "caiaqueiros pescadores" e "pescadores"... Há no Rio pescadores que não usam caiaque (mas confraternizam com os que usam), caiaqueiros que não pescam (por opção), caiaqueiros que pescam bem, e caiaqueiros que pescam mal, por não terem a técnica apurada... O Rio contou com várias representações no encontro, pois lá estiveram presentes sequazes de diversos grupos de cariocas e de fluminenses, todos muitos distintos, diferentes mesmo entre si, e um único grupo não teria competência para representar os demais. Nada a ver com separatismo, apenas com o direito que cada um deve ter de se auto representar.

Que haja o 5º, para nos deixar ansiando pelo 6º!!!

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Estou até agora lamentando ter ficado sem meu iPhone no sábado e deixado de registrar vários belos momentos... Seguem os que pude registrar, com outro telefone, os que me foram cedidos por amigos e os que peguei emprestado na internet:

Se pescar já é extremamente prazeroso, pescar estando a bordo de um caiaque, com liberdade para ir ao encontro do peixe da sua preferência, em silêncio, em plenas condições de imergir na paz do ambiente, é algo possível de ser descrito apenas por quem vivencie essa experiência, que é positivamente viciante, mas que contém riscos que precisam ser minimizados. Quem se inicia nessa prática tem 13 passos básicos e simples, para seguir e ser feliz.

01) Use sempre (não apenas transporte, faça uso de fato!) colete salva vidas. O seu colete salva-vidas deverá ficar bem justo no seu corpo e, devido ao calor que você estará exposto em dias de sol, dê preferência aos de cores claras. Qualquer alegação sua para não fazer uso do colete será uma desculpa tão tola quanto a de um motociclista que alegue não usar capacete por ter muita habilidade na condução da moto.
02) Mantenha preso ao seu colete um apito, pois sua voz não se propagará na o ar o suficiente para que um grito seu atinja as mesmas distâncias que os silvos de um apito e isso poderá ser a diferença entre chamar a atenção de quem possa lhe prestar socorro e não se fazer notar, numa situação de emergência.

03) Treine (em uma profundidade que seja possível você ficar de pé), antes de remar seu caiaque pela primeira vez em águas profundas, a reentrada no caiaque, para adquirir prática e, em caso de queda durante a navegação, saber realizar o reembarque de forma simples, rápida e tranquila.

04) Verifique, periodicamente, se o seu caiaque está requerendo vedação em algum rebite e/ou parafuso, pois - apesar de um caiaque de pesca manter a flutuabilidade, mesmo cheio de água - remar um deles com o interior inundado será mais sacrificante do que divertido. Para checar se haverá algum ponto a ser vedado, bastará colocar um pouco de água no interior do caiaque, fechar todas as tampas de acesso ao porão e emborcar o caiaque para fazer a inspeção. O posicionamento de iluminação no interior do caiaque, num ambiente escuro, também poderá revelar pontos de passagem de luz que também serão pontos de admissão de água. Havendo vazamento (por arrebites ou por parafusos), a aplicação de silicone resolverá o problema. Se houver vazamento por outras partes do casco, será necessário realizar reparo.

05) Faça uso de proteção para a exposição do corpo ao sol, utilizando chapéu, roupas claras que cubram o seu corpo, no máximo possível, e filtro solar, nas partes que ficarão expostas. Aplique o filtro no rosto (incluindo as orelhas), nos braços (incluindo o dorso das mãos) e nas pernas, incluindo o dorso dos pés.
 
06) Não fazer refeições pesadas e nem ingerir bebida alcoólica antes de utilizar o caiaque e nem durante a utilização. Se você vai dirigir, no retorno para casa, deixe para saborear aquela cervejinha (se for apreciador), após estacionar seu veículo na garagem.
07) Evite utilizar o seu caiaque sem contar com companhia, pois uma simples emergência pode ganhar grandes proporções quando não se tem com quem contar.

08) Respeite os limites operacionais de seu caiaque. Não coloque mais peso do que ele foi projetado para receber e nem o ocupe com mais passageiros do que a quantidade de bancos indica receber. Caiaque com um só banco é para ser utilizado de forma individual, caiaque para duas pessoas é dotado de dois bancos.
 
09) Mantenha preso ao caiaque, através de tiras do tipo “salvas” (salva remos, salva varas, salva câmera etc), tudo o que for transportar, eliminando os riscos de perda de apetrechos. E coloque em sacola estanque tudo o que pretender acondicionar no porão e/ou no deck ou bagageiro e que tema umidade.

10) Verifique sempre as condições meteorológicas dos dias em que vá utilizar o caiaque e evite os que estejam com previsão de ventos acima dos 11 km/h. Esse limite parece conter uma certa subjetividade, mas está baseado na Escala Beaufort que aponta que ventos a partir dos 12 km/m já geram ondulação de até 60 cm, com alguns carneiros... Mesmo em dias com condições consideradas boas, evite (nem sempre é possível, mas só faça se não houver outra opção) entrar e/ou sair do mar em locais onde haja arrebentação ou de um rio em pontos onde hajam corredeiras. Fique por dentro de como consultar sites de previsões meteorológicas e marés em http://www.pesca-esportiva-old-school.com.br/2016/10/voce-sabe-interpretar-as-indicacoes-dos.html

11) Mantenha água (fresca e protegida) a bordo (o ideal é que a temperatura dessa água não ultrapasse os 22º) e faça reidratação, no mínimo, de hora em hora. Caso você passe a transpirar, mesmo que não tenham se passados 60 minutos desde a sua última ingestão de água, a perda de líquidos estará iniciada e será sinal de que você deverá iniciar a reposição.

12) Se você for adepto do uso de iscas artificiais, não deixe nenhuma delas (além da única que estiver em uso na ponta de sua linha) fora da caixa. Iscas fora de uso e da caixa só servem como condição insegura. Use óculos, para a proteção de seus olhos e experimente retirar (através de amassamento) as farpas dos anzóis e das garateias. Suas fisgadas e capturas não serão prejudicadas em nada e você ainda minimizará de forma extrema a possibilidade de necessitar de intervenção médica caso venha a sofrer um acidente e ter alguma parte de seu corpo perfurada por uma garateia (ou anzol) sem farpa. Saiba um pouco mais em http://www.pesca-esportiva-old-school.com.br/2014/05/seguranca-na-pescaria-com-iscas.html
 
13) Mantenha um segundo celular (o mais simples possível) carregado e  desligado a bordo, livre de molhadura (use um preservativo não lubrificado como capa estanque, caso não disponha de uma), para ser utilizado somente em caso de emergência.

E para evitar o risco de ser autuado por desrespeito às leis, providencie a licença para pesca amadora embarcada, em http://sistemas.agricultura.gov.br/pndpa/web/pesca_amadora.php/solicitacao

Ele é indicado a todo pescador que se diga esportivo e os conscientes conseguem ler em suas escamas prateadas, acima da natural tarja preta, o seguinte alerta: “O Ministério da Pesca Esportiva adverte: o pesque sem moderação, mas o devolva à água sem hesitação!”